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Empresas de consultoria ajudam no crescimento das pequenas empresas e estimulam o aumento dos negócios


Segundo uma pesquisa realizada em 2010 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), 58% das empresas de pequeno porte fecharam as portas antes de completar cinco anos. E uns dos principais motivos que causaram esses fechamentos foram a ausência de um planejamento e deficiências no processo de gestão empresarial. Esse resultado demonstra cada vez mais o quanto é importante para essas empresas contratarem o trabalho de uma consultoria, pois elas conseguem receber informações de como anda o seu negócio, seja no setor financeiro, de gestão, planejamento estratégico ou de comunicação.

Para a sócia-diretora da ba Stockler, empresa especializada em consultoria de varejo, Angelina Stockler, uma consultoria vai ajudar a companhia a se organizar para crescer de forma saudável. Especialmente porque os recursos delas, tanto financeiros como de mão de obra, são escassos. E o papel da consultoria é exatamente o de otimizar esses recursos.

Além disso, ela diz que a consultoria ajuda a empresa a pensar em sua estratégia de marca e no seu posicionamento na mente do consumidor. "O dono do negócio deve conhecer profundamente o consumidor de seus produtos e serviços. Pode parecer óbvio, mas na experiên cia executiva da ba Stockler no setor de varejo, por exemplo, foram poucas as empresas que vimos que conhecem profundamente seus clientes, monitorando suas preferências e hábitos de forma contínua e sistemática", exemplifica.

A diretora de planejamento da Ato Z Comunicação Inteligente, que atua com consultoria na área de comunicação empresarial, Meriellin Albuquerque, reforça ainda que um dos benefícios em ter uma consultoria é que ela trabalha com um olhar externo e sem vínculo emocional. "Dessa forma ela analisa e propõe ações eficazes para o posicionamento da marca. A empresa passa a ter alguém que pense na sua imagem e como ela se relaciona com o mercado ou com a imprensa, que é fundamental para gerar credibilidade, novos pontos de contato para a marca, entre outras questões", declara.

 

CUSTO X BENEFÍCIO

Meriellin explica que é necessário um pequeno empreendedor contratar o trabalho de uma consultoria, especialmente quando ele não tem profissionais qualificados para pensar de maneira estratégica nos diversos segmentos da sua empresa. Contudo, ela acredita ser inviável financeiramente uma empresa de pequeno porte ter toda uma estrutura no segmento de comunicação, por exemplo, com diretor, profissionais, ferramentas, atualização com as novidades do mercado, entre outros quesitos. "Uma consultoria especializada nessa área vai cuidar de tudo isso. Ela vai se apresentar como um recurso que agrega inteligência ao negócio, sem que a empresa precise despender tempo em entender como funciona a área de comunicação, contratar profissionais, definir metas, entre outros pontos que já são de domínio de uma consultoria", considera.

Entretanto, a diretora de planejamento explica que um grande entrave no mercado ainda são os pequenos empresários serem resistentes ao trabalho de consultores, por acharem que eles mesmos conseguem desempenhar esse papel. "Eles perdem muito com isso, gastase tempo em tentar entender e pensar estratégias para um assunto que não conhecem, perde-se recursos financeiros por desviar o foco das pessoas que deveriam pensar dentro de suas funções (seja o empreendedor, o comercial ou qualquer outro profissional) e, claro, em resultados que a empresa poderia ter com uma consultoria", avalia Meriellin.

Ela completa ainda que a empresa até poderia contratar um analista de comunicação para cuidar dessa área, mas quem ajudaria esse analista a desenvolver ações? "É muito difícil construir ações e resultados se não há ninguém estratégico para desenvolver isso. Na consultoria tem o diretor de planejamento, o coordenador, o consultor, ferramentas, estratégias, mensuração de resultados que vão tornar o processo muito mais rápido e eficaz", acredita.

Na opinião de Angelina Stockler, grande parte das companhias hoje acabam perdendo a oportunidade de agregar conhecimento de mercado à sua empresa por serem resistentes ao trabalho de consultoria. "Eles olham esse serviço como um gasto quando deveriam percebêlo como um investimento", confia.

A ba Stockler, por exemplo, possui casos de clientes que o trabalho de consultoria resultou em uma grande transformação levando essa companhia à lucratividade. "Temos o caso de um fabricante e distribuidor de lingeries que não possuía controle financeiro e que cresceu desordenadamente. Nossa atuação foi na implantação de controles e processos de gestão, criação de indicadores de performance, estruturação de planejamento tributário e planejamento estratégico de crescimento da empresa. Hoje essa loja já abriu filiais em outros estados e vem conquistando mercados e crescendo ordenadamente", elucida Angelina.

INVESTIMENTOS

Segundo a sócia-diretora da ba Stockler, Angelina Stockler, para contratar o trabalho de uma consultoria, a empresa precisa investir entre R$5.000,00 e R$10.000,00 por mês, contudo a ba Stockler, por exemplo, adapta o valor ao orçamento do cliente. "Contudo, para o pequeno empreendedor que não possui verba para investir, existem saídas. O Sebrae, por exemplo, oferece alguns cursos na área de consultoria ou ainda podese buscar empresas que façam parceria e trabalhem no formato de contrato de risco", recomenda.

Já na Ato Z Comunicação Inteligente, de acordo com a diretora de planejamento, Meriellin Albuquerque, os valores do trabalho de consultoria são calculados com base nos profissionais envolvidos no processo e as horas despendidas. A partir disso, estabelece-se um valor mensal com o intuito de ajudar o pequeno empresário. "Uma vez que as ações iniciais demandam muito mais tempo e começar com um valor inicial mais alto poderia complicar a vida do empreendedor, desenvolvemos projetos com mensalidades iguais em que podemos dissolver os custos ao longo do processo. Se o projeto é de seis meses, o valor do investimento é um, se for anual, esse valor pode ser menor porque podemos equalizar melhor os custos da agência", conclui.

  • 13 erros cruciais que os pequenos empresários devem evitar

• Não fazer um plano de negócio.

• Não dimensionar o capital de giro do negócio. Algumas empresas acreditam que o investimento inicial é o capital de giro, quando ele na verdade é o montante necessário para fazer a empresa girar, pagando suas despesas do dia a dia.

• Não relacionar os indicadores (métricas) de desempenho, fundamentais ao negócio.

• Quando constrói os indicadores (métricas), não os monitora, levando ao desconhecimento do que acontece no negócio.

• Não definir e descrever os cargos de cada integrante da equipe. O que leva ao desalinhamento das expectativas dos funcionários e da própria empresa.

• Não monitorar e nem acompanhar o desempenho dos funcionários.

• Não escrever nem formalizar a cultura da empresa dificulta o desenvolvimento e a integração dos novos e atuais colaboradores.

• Raras são as empresas que conhecem os hábitos e costumes dos seus clientes. Quem é ele? Qual o seu perfil? Quais os seus desejos? Com qual frequência ele visita a empresa? Responder a essas perguntas ajuda a entender melhor o que é atuar no segmento.

• Não elaborar uma gestão do estoque, nem monitorar a curva ABC, na qual é possível perceber o giro dos itens em estoque, o nível de lucratividade e o grau de representação no faturamento.

• Não elaborar um planejamento estratégico de marketing que permita o empreendedor implementar ações futuras, considerando o passado, a situação atual do mercado, seus clientes e a concorrência, elencando os riscos e propondo os caminhos para enfrentá-los.

• Não monitorar os esforços e os resultados obtidos das campanhas de marketing.

• Não definir critérios claros para localização da empresa

• Não investir na ambientação da empresa.

 

 

Fonte: Revista VEJA